quinta-feira, 9 de julho de 2009

CIENTISTAS AO PALCO: Ensaios de Teatro Fórum em Lisboa

Os cientistas ao fórum no palco do Fórum Lisboa (sim, adoramos pleonasmos)

terça-feira, 7 de julho de 2009

HUMOR: Secção de Ciência de "A Bola" usa linguagem desportiva


Numa altura em que as redacções de ciência dos jornais de todo o mundo se encontram ameaçadas pela crise dos jornais (não é a crise económica, é a "dos jornais"), A Bola reage em contra-ciclo, criando uma secção de ciências. Para chegar aos adeptos da ciência, os repórteres de A Bola fazem relatos emocionantes das descobertas científicas (aí vai, um grande avanço do Human Genome Project, passa a bola para a genómica estrutural, pode ser a cura... aí vai... ao ladooooooo!), com flash interviews no final dos congressos e acima de tudo a análise por um painel de comentadores:

"O novo reforço da Tabela periódica, o elemento com o número atómico 112, quando a mim não faz sentido nenhum. Desde 1976 que se têm vindo a contratar novos elementos químicos, com excesso de peso, que pouco ou nada fazem".

David Marçal
(do último Inimigo Público)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

HUMOR: Criacionistas acreditam que vírus H1N1 saiu da arca de Noé




(texto meu publicado no Inimigo Público)

Para os neo-creacionistas biblico-literais americanos, mutações genéticas que conduzam à alteração das características de uma população de vírus é algo inconcebível. Assim, o Discovery Institute (uma espécie de congresso permanente de Vilar de Perdizes, mas com muito dinheiro) já emitiu um esclarecimento, contando como um casalinho de H1N1 desceu da arca de Noé no Monte Ararat, na Arménia, tendo levado uns poucos milhares de anos a chegar ao México (por causa das suas patinhas pequenas), onde resolveu constituir família (umas das poucas coisas que um vírus consegue fazer). Não conseguindo reproduzir-se autonomamente, recorreu a maquinaria genética das células de mamíferos para se multiplicar, uma espécie de tratamento de fertilidade para vírus.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cientistas cómicos??!? Ahahaha!

Ensaio dos Cientistas de pé, no Fórum Lisboa.

domingo, 21 de junho de 2009

Darwin e os bolseiros, na SIC Mulher

Ou a replicação fora de tempo do paradigma do investigador aristocráta do Séc. XIX.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cientistas ao Palco em Oeiras


Este sábado, dia 20 de Junho, entre as 14h e as 19h30 actividades dos cientistas que se juntam à festa do 250º aniversário - Celebrar Oeiras

Às 18h00 no Palco Família

Cientistas ao Fórum e Cientistas de Pé
O grupo do Teatro Fórum irá recriar todo o processo de criação de um espectáculo: o que é o teatro fórum? o recrutamento dos actores/cientistas; os ensaios; a cena de fórum. Será aberto a perguntas e discussão com a plateia. Para terminar, actuarão os cientistas-de-pé – stand-up comedy por cientistas!

E das 14h00 às 18h00 na Zona Futuro tragam as crianças para meter a mão na massa científica

O DNA de morango – invisível? Não, senhor!
Uma experiência simples que permite extrair e visualizar o DNA de morango. Recorrendo a produtos domésticos – morangos, detergente da loiça, sal de cozinha, filtros de café e álcool – crianças e adultos reproduzem o processo de extracção de DNA utilizado pelos cientistas, podendo levar o DNA para casa, para guardar para sempre!

Células de plasticina
Somos formados por triliões de células...não são todas iguais: têm formas diferentes e fazem coisas diferentes. As células do sangue transportam oxigénio; as do músculo da perna ajudam-nos a dar pontapés na bola. Com plasticina de várias cores, crianças e adultos podem experimentar construir células diferentes, para levar para casa.

O código dos genomas em gomas
A molécula de DNA funciona como uma receita para fazer um ser vivo. Através de um código químico representado pelas letras A, T, C e G é possível construir todas as proteínas que fazem um organismo. A informação contida no DNA pode ser copiada para uma nova molécula de DNA e desta para outra, e outra, até ao infinito, mantendo sempre a mesma receita. Usando gomas de várias cores, crianças e adultos vão poder explorar o que a torna o DNA uma molécula tão especial.

Olhando para dentro de uma molécula
Desde a água ao DNA, o nosso mundo é feito de muitas moléculas diferentes. Através de modelos simples e simulações em computador crianças e adultos poderão entrar na dimensão molecular e conhecer algumas das moléculas de que ainda se procura conhecer a estrutura.

Pelo IGC e ITQB

domingo, 14 de junho de 2009

1º Video Cientistas ao Palco

Primeiro Video dos Cientistas ao Palco. Já foi feito há algum tempo, mas foi muito divertido! Obrigado Romeu Costa, Eliseu Aguiar, Ana Sanchez, Joana LA, Ilda Camacho, Maria João Ferreira e todos os cientistas do ITQB que participaram!



O projecto neste momento decorre a bom ritimo, com ensaios duas vezes por semana, com cientista-actores. Novidades podem-se seguir aqui.

Por entre os dedos

In my hunt for the secret of life, I started my research in histology. Unsatisfied by the information that cellular morphology could give me about life, I turned to physiology. Finding physiology too complex, I took up pharmacology. Still finding the situation too complicated, I turned to bacteriology. But the bacteria were even more complex, so I descended to the molecular level, studying chemistry and physical chemistry. After twenty years' work, I was led to conclude that to understand life we have to descend to the electronic level and the world of wave mechanics. But electrons are just electrons and have no life at all. Evidently,on the way I lost life; it had run out between my fingers.

Albert Szent-Gyorgyi (1893 - 1986)
Personal Reminiscences

terça-feira, 9 de junho de 2009

A matemática do futebol

Na imagem: "futeboleno", uma molécula constituída por 60 átomos de carbono, que fazem anéis de seis e cinco elementos, tal como uma bola de futebol.

O apuramento de Portugal para o mundial da África do Sul está nas matemáticas e as contas não são simples. E não é só por causa da falta de pontaria! Desde que nos anos 90, para contrariar o anti-jogo e que as equipas mais fracas joguem para o empate, o sistema de pontuações passou a ser 3 pontos pela vitória, 2 pelo empate e 0 pela derrota, que as contas ficaram mais complicadas (a anterior situação eram 2 pontos pela vitória, 1 pelo empate e 0 pela derrota).

Um excerto retirado do livro de Jorge Buesco "Da Falsificação dos Euros aos Pequenos Mundos":

"Se a motivação inicial da alteração da regra foi desportiva - a promoção do futebol ofensivo - ela teve um efeito matematicamente imprevisto. Como qualquer pessoa que tentou fazer os cálculos para saber se o clube do seu coração ainda pode ser campeão ou já se salvou da despromoção, as contas tornaram-se muito mais complicadas. A aritmética deixou de ser trivial, passando a dependeder de forma complexa dos resultados dos jogos de todas as equipas entre si.

(...)

Os matemáticos Walter Kern e Daniel Paulusma da Universidade de Twente, na Holanda, demonstraram num artigo publicado na revista Discrete Applied Mathematics, em 2001, que este problema se tornou absolutamente intratável, equivalente aos problemas computacionalmente mais difíceis de resolver!"

sexta-feira, 5 de junho de 2009

António Câmara sobre bolseiros de investigação

António Câmara, CEO da Ydreams, fala sobre a importância dos bolseiros do Grupo de Análise de Sistemas Ambientais (GASA) da Universidade Nova de Lisboa como geradores do conhecimento que deram origem à Ydreams e a outras empresas.




segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ciência de auto-ajuda

Muitas pessoas gostam de acreditar em ideias absurdas pseudocientíficas, que aparecem como uma espécie de "ciência à la carte, só para conhecedores" ou "ciência" de auto-ajuda.

O rigor da ciência exige que um cientistas diga "A implica B, dado que as condições C e D se verifiquem". 

Quem não tem preocupações sérias de rigor nem o seu trabalho escrutinado pelos pares pode simplesmente gritar "Bê!!!!". Acreditem em Bê e sejam felizes. Já várias pessoas que passaram a viver de acordo com Bê ficaram ricas. Bê garante sucesso com o sexo oposto, saúde e vitalidade. Não há condições de aplicação, não há restrições (a não ser comprar um livro, a entrada numa conferência ou num consultório). Assim de repente, e só por estar a escrever isto, confesso que Bê me parece uma coisa interessante.

Uma excelente TED talk do Michael Shermer, fundador da Skeptic magazineSkeptics Society, sobre a razão pela qual as pessoas gostam de acreditar em coisas estranhas.

Vale muito a pena ver!


sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Perigo da Pesca Excessiva e Planeta Contaminado

O documentário National Geographic comentado pelo investigador João Correia 

Segunda | 1 Junho | 18H00    

João Correia investigador na área da pesca e conservação, empresário nesta área e consultor do Oceanário apresenta-nos o documentário, O Perigo da Pesca Excessiva e Planeta  Contaminado. Uma explicação científica sobre o que está a acontecer e que pistas poderemos seguir para melhorar o futuro dos nossos mares e oceanos.



quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Viagem perdida de Darwin

Documentário National Geographic comentado pelo investigador Thiago Carvalho
29 Mai Sex 19h 00 Vasco da Gama

Através dos limites selvagens da terra, e tendo como pano de fundo uma espectacular fotografia aérea, subaquática e da vida selvagem, o biólogo evolucionário Armand Leroi, conduz-nos numa viagem inesquecível que reproduz a aventura que inspirou o trabalho revolucionário de Darwin. Aproveitando este mote, convidámos Thiago Carvalho, biólogo, investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência e comissário-adjunto da exposição de Darwin, a trazer-nos a sua reflexão sobre o planeta e a viagem do Beagle. Este é o convite que fazemos ao público FNAC no último dia do Ciclo: Condomínio Terra.


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Repto aos não-cientistas: Qual a vossa imagem da vida amorosa de um cientista?


Imagem do calendário erótico da Federación de Jovenes Investigadores / Precarios

Uma Cientista ao Palco lançou este repto aos seus amigos e familiares. Todas as respostas recebidas até agora. Anónimas, apenas com indicação de genéro. Deixe-nos também a sua, na caixa de comentários!

(Masculino ; Feminino)

1.
Assim sinceramente (e não pensando em nenhum cientista em especial, nem em ti) os cientistas não têm uma vida amorosa normal? Isto é dentro das anormalidades que o amor implica obviamente! ou seja, uma vez que um cientista é um ser humano normal, tal como qualquer outro, acho que tem uma vida amoraosa normal! Por isso priminha, fica descansada!!! És normal como os outros!! :) F

2.
Como as enzimas, uns "enzima" dos outros bem juntinhos, como cadeias de DNA e barulhentos como electroes: Planck planck planck! F

3.
Acho que é cheia de experiencias M

4.
Eu acho que tu namoras com uma amiba M

5.
A vida amorosa de um cientistas deve envolver muita química... F

6.
Acho que dedicam demasiado tempo ao trabalho passando a vida amorosa para segundo plano. Depois como não sabem lidar com a vida amorosa, afastam-se das pessoas. M

7.
Pelo que conheço dos cientista de hoje em dia são em geral pessoas com a mentalidade aberta e pouco agarrados a tradições como o casamento. Geralmente vivem maritalmente ou sós. Como cientistas viajam bastante e por vezes por periodos alargados, como um ano ou mais.Muitos cientistas que conheço conseguem manter uma relação apesar de estarem muito tempo à distancia. M

8.
Eu acho que o Einstein era menino para se “esquecer” da função física se uma função diferencial lhe acometesse a mente.

Acho que o Darwin deveria supre activo para melhorar a evolução. Talvez tentasse variadíssimas posições e situações para estimular a variedade.

O Custeau fá-lo-ia, garantidamente no mar.


O Pasteur, só depois de devidamente limpo e esterilizado. Ele a companheira, a cama, o quarto e, provavelmente, em ambiente de subpressão com entrada Eppa.


O John Watson, em espiral. E sempre, duplamente.


O Descartes pararia para pensar, cogitar. O Damásio nem pensaria.


Platão fá-lo-ia atrás de um lençol iluminado - para projectar as sombras.


Arquimedes numa banheira. 


Maxwel em saca rolhas

Pierre Curie... por rádio (hoje, talvez internet)


Mas o mais explosivo, sexualmente seria, sem dúvida, o Nobel! Verdadeira dinamite.
 M

9.
“Para mim a vida amorosa de um cientista deve ser muito metódica :D Tudo com procedimentos bem definidos, rotinas escalpelizadas, e tudo com muita sustentação teórica :) 

Bem, acho que se for um cientista NO EXAGERO DA PALAVRA (Aquele que é tipo cientista-
maluco) a sua vida amorosa deverá ser uma vida em que devido ao seu horário de trabalho não rígido, deverá ter alguns problemas no que diz respeito à busca do seu grande amor e mesmona sustentação familiar de um relacionamento presente. Isto pq o seu horário muitas vezes o condiciona a ele e faz com que ele se interesse e se entusiasme por vezes demais no seu trabalho e menos um pouco na sua família. Um cientista é tão metódico e tão com os procedimentos bem definidos que via tudo o que tivesse a ver com a mulher relacionado com a ciência, ou seja, instigar-se sempre com o “porque”, (pq é k a mulher é assim? Pq é k a mulher tem tt necessidade de falar? Pk é k a mulher tem tanta necessidade de se vestir bem e de ser vaidosa? Pk é k a mulher tem necessidade de dizer mal das outras)…. E também com o “Como” (como é k a conquistarei? Como é k a mulher terá mais prazer? Como é k a posso levar a jantar?) e o “o que é? (O que é k a faz gostar mais de mim? O que é o prazer? O que é o amor? O que é o carinho”) M

10.
Bom, em primeiro há que salientar a qualidade da língua de um cientista. É impressionante oinglês técnico que dominam e mais impressionante ainda é que o utilizam (tb para mostraremque o possuem) durante todo o tempo da “vida amorosa”, falam em estrangeiro que só elesdevem perceber. Um cientista em que país for é sempre um estrangeiro.

O segundo ponto é ainda mais estranho, nos finais dos actos amorosos da “vida amorosa” é
normal que aconteçam coisas, hummmm…, “diferentes”, que nos os leigos (não cientistas)achamos normais e deixamo-nos estar todos contentes sentados no sofá. Agora não é normal no fim ir a correr para o Google para se tentar provar o quer que tenha acontecido, é pá, quebra a parte amorosa. Tirando isso acho normal. M

11.
Conseguem manter as ditas relações, mesmo com grandes períodos de ausência, uma vez que SE ESQUECEM que têm essas relações! (a ideia do cientista alienado do mundo). se vivem sós é porque não encontraram ninguém que aturasse as quebras para idas ao google! F

12.
Bastante farta e experimental. Nao sera por acaso que os tipos invetaram o Viagra uma das maravilhas do seculo, dizem! Qual tensao arterial alta ou colesterol... Viagra obedeça a prescrição e deixem-se de intelectualidades! Imaginem depois de tanta proveta e artefactos em forma de dildo!!! M

13.
Acho q pode ser menos vivida do ponto de vista sentimental pq é mais analisada do ponto de vista do processo em si e das reacções em causa. Ou seja, por exemplo um ginecologista! Eu acho sempre q eles a fazerem sexo estão sempre a pensar "ah, agr se puser o dedo ali no lijfoifhwfqlkfjlqk da minha companheira aquilo tem lá muitos circuitos nervosos e ela vai gostar" em vez de "go with the flow", o que deve ser um bocado chato, coitados...

Enquanto q aqueles q não são cientistas abstraem-se mais de tudo enqt estão a fazer o amor. É
 mais naquela de "ok, trabalho àparte, agora é para pinocar!" Só. E chega! Resumindo: um cientista, se não se puser a pau, pode ser muito chatinho na sua vida amorosa! F

14.
eu diria que o einstein se aproveitou melhor da teoria da relatividadade na sua vida amorosa...és feio, isso é relativo, és mau na cama, isso é relativo, querido, entao e eu, isso é relativo e.... e tb imagino um cientista a fazer um protocolo antes e um mapa de resultados depois e a entregar um esquemazinho...e a dizer “mas por favor diz-me se errares” F

terça-feira, 26 de maio de 2009

Astronauta português nomeado seria Dias Loureiro ou Pina Moura

Não há nenhum português entre os seis novos astronautas escolhidos pela ESA entre 8413 candidatos. Mas Portugal está preparado para escolher um astronauta. Se a ESA tivesse uma fase de selecção nacional em que cada país escolhesse um astronauta, os finalistas portugueses seriam Dias Loureiros e Pina Moura, nomeados por uma comissão. PSD e PS alternariam na escolha do astronauta para cada recrutamento da ESA. Se PS e PSD não se entendessem, um astronauta proposto pelo BE poderia ter um bom resultado na primeira fase de selecção.

Quem pensa que deveria tripular a primeira missão portuguesa ao espaço?

a) Manuel Dias Loureiro


b) Joaquim Pina Moura


c) Eusébio, a Lontra



d) Bob, o  Cão de água português.



segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sexto sentido

Reconhecer o génio é um talento. Vale a pena ver. Eu não me arrependi!

sábado, 23 de maio de 2009

Alterações Climáticas, perdão Variações Curiosas do Clima


Uma das imagens que vou usar daqui a nada (dia 23 às 18h) na FNAC Vasco da Gama para falar do Aquecimento Global, perdão das Alterações Climáticas, perdão Variações Curiosas do Clima, quero dizer Instabilidades Meteorológicas Locais, digo Efeito Carlos Pimenta, em rigor Pequenas Diferenças na Calibração dos Termómetros, nos Media.

Nota: nem toda a gente dispõe de um scanner/digitalizador e tem que procurar soluções para fazer face à falta de meios. Eu tive que depilar os dedos dos pés.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os novos astronautas europeus

Um alemão, dois italianos, um dinamarquês, um inglês e um francês. São os novos astronautas da agência espacial europeia, anunciados hoje pela ESA:

1. Samantha Cristoforetti, Italian
2. Alexander Gerst, German
3. Andreas Mogensen, Danish
4. Luca Parmitano, Italian
5. Timothy Peake, British
6. Thomas Pesquet, French

Foi assim que começou este blog, por isso é que se chama contagem decrescente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Cientistas na FNAC


Informação recebida da FNAC:

CICLO CONDOMÍNIO TERRA
Documentários e colóquios

16.05.2009-31.05.2009 Vasco da Gama

A Terra é o título do conjunto de projecções e colóquios a decorrerem no fórum Fnac entre os próximos dias 16 a 31 de Maio. Neste âmbito convidámos especialistas para nos esclarecerem sobre quais os riscos e perigos que pairam sobre a nossa casa comum, o planeta Terra. Projectaremos também diversos documentários com a chancela da National Geographic dedicados ao planeta, às condições ambientais e às energias renováveis.

ESTRATÉGIAS PARA COMUNICAR A CIÊNCIA: PENSAR FORA DA CAIXA OU FALAR PARA O BONECO
por David Marçal
23.05 SAB18H00 Vasco da Gama

Inserido na comemoração do próximo Dia Mundial do Ambiente, apresentamos no fórum do Vasco da Gama, o colóquio: Estratégias para comunicar a ciência: pensar fora da caixa ou falar para o boneco. Vivemos numa sociedade crescentemente tecnológica, em que a linguagem científica é recorrentemente utilizada nos mais diversos âmbitos. David Marçal traz-nos a sua visão de comunicar a ciência, num jornal de referência (Público), num suplemento humorístico (Inimigo Público) e numa revista para crianças (kulto).

O PERIGO DA PESCA EXCESSIVA E PLANETA CONTAMINADO
documentário National Geographic comentado pelo investigador João Correia
24.05 DOM 17H30 Vasco da Gama

Este documentário aborda os problemas da pesca excessiva e da eliminação do lixo nos oceanos, demonstrando como o planeta e os seus seres vivos são prejudicados. Convidámos João Correia investigador na área da pesca e conservação, empresário nesta área e consultor do Oceanário, para nos ajudar na análise deste filme.

A VIAGEM PERDIDA DE DARWIN
documentário National Geographic comentado pelo investigador Thiago Carvalho
29.05 SEX 19H00 Vasco da Gama

Através dos limites selvagens da terra, e tendo como pano de fundo uma espectacular fotografia aérea, subaquática e da vida selvagem, o biólogo evolucionário Armand Leroi, conduz-nos numa viagem inesquecível que reproduz a aventura que inspirou o trabalho revolucionário de Darwin. Aproveitando este mote, convidámos Thiago Carvalho, biólogo, investigador do Instituto Gulbenkian de Ciência e comissário adjunto da exposição de Darwin nesta Fundação, para nos trazer a sua reflexão sobre o planeta e a viagem do Beagle. Este é o convite que fazemos ao público FNAC no último dia do Ciclo: Condomínio Terra.

domingo, 10 de maio de 2009

Abraço quântico nacionalista


Crónica, no Expresso, de um amigo jornalista, que trabalha numa daqueles jornais satíricos, e que quer fazer um brilharete com a reportagem-balanço da Terra engolida por um buraco negro. A propósito da banha da cobra quântica tão na moda. 

Um jornalista a falar do pseudo-jornalismo sobre pseudo-ciência:
(...)
Na peça aparece uma moça ligada por uns fios aos tornozelos e uma banda na cabeça a um computador aparentemente banal. O engenheiro José Joaquim Lupi, o nosso compatriota no Brasil, revela candidamente o que faz a Terapia Quântica. "Vai buscar matrizes de base energéticas de tudo o que existe, de elementos físicos, mentais energéticos, emocionais e assim podemos testar uma coisa que está na ponta de tudo o que é medicina e que é a reactividade electrofisiológica do corpo humano, e depois com um programa de Inteligência Artificial dos mais sofisticados do mundo conseguimos reequilibrar virtualmente todo o sistema energético." Só nesta frase eu leio o suficiente para juntar um Nobel à beatificação.
(...)

Mais, aqui.

A Física Quântica é uma coisa genuinamente fantástica a que ninguém que tome minimamente contacto consegue ficar indiferente. E absolutamente em ruptura com os paradigmas do senso comum e aquilo que é a nossa percepção da realidade macroscópica. O teletransporte, ao nível atómico, não é ficção. É hoje realidade. Mas, há por aí muito charlatão que se tenta validar com o "selo quântico". Como ninguém sabe muito bem o que é, pode-se dizer tudo o que se quiser. Mas nem tudo o que luz é quântico!

Cientistas ao Palco no Mundo das Mulheres



A 15 de Abril, na Sic Mulher, com a Luísa Mota (presidente da ABIC) e Adelaide Sousa. Tema do programa: "Quero ser cientista". Excerto sobre o projecto Cientistas ao Palco.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

As mentiras das pipocas

Reportagem da RTP sobre o Ciência em Família Descobre as Mentiras, no Museu da Ciência de Coimbra.



(Nos primeiros segundos a imagem não está em condições, mas depois passa!)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Banha da cobra quântica

Na viragem do século XIX nascia a física quântica, trazida por Einstein e Planck, com a hipótese arrojada e fora de senso comum de que a luz existe em quantidades bem definidas. Mais de um século decorrido, a física quântica está na moda e mesmo James Bond já se rendeu às maravilhas do marketing quântico. Uma recente reportagem televisiva começava com a seguinte afirmação: "tem aumentado o número de portugueses que recorrem à física quântica para melhorarem o bem-estar e a saúde". E prosseguia:

"Um analisador scanner e dois eléctrodos fazem o varrimento eléctrico intersticial. O nome é complicado, mas só graças a este sistema se pode fazer uma análise pormenorizada ao organismo. A medição é feita em apenas três minutos."
(...)
Um pequeno desequilíbrio pode evoluir para um grave problema de saúde como um tumor, a diabetes ou uma esclerose. Somos o que comemos e é partindo dessa premissa que quando falham os nutrientes o organismo perde a capacidade de reagir.
(...)
A física quântica aplicada à saúde é cada vez mais uma realidade em Portugal. Sinal dos tempos de uma sociedade cada vez mais stressante, mas também de uma nova forma de procurar o bem-estar do organismo."

É difícil encontrar algo que não seja um disparate. E nada disto tem a ver com física quântica. A física quântica tem a ver com níveis de energia dos electrões no átomo, incerteza na posição e velocidade de uma partícula, como de algum modo as partículas também se comportam como ondas. A alimentação tem a ver com a física quântica na medida em que os alimentos são feitos de átomos com electrões que se distribuem por vários níveis de energia. Ou que a origem da energia dos açúcares produzidos pelas plantas é um fotão que excita um electrão num átomo de magnésio de uma molécula de clorofila. Mas isto é tão útil em termos de nutrição como dizer que a física quântica se aplica à construção de barragens.

Um exemplo interessante é o dos transístores. Os transístores, cujo funcionamento é explicado pela física quântica, estão espalhados por todo o género de geringonças, inclusive nas máquinas de lavar. Faria algum sentido dizer que cada vez mais portugueses recorrem à física quântica para lavar melhor a roupa? Algo anedótico, na medida em que os portugueses na realidade o que usam para lavar a roupa é água e detergente.

A ideia da física quântica como uma coisa fixe para vender a banha da cobra não foi descoberta por estas reportagem (aliás secundada por outras).



Por exemplo, o popular documentário new age "What the bleep do we know" defende que a consciência influência a matéria. Um monge benze as moléculas de água e a rede semi-cristalina passa de desarrumada e feia para linda e arrumadinha. Isto, por causa da física quântica, claro. O documentário também defende que a meditação em massa pode reduzir as taxas de criminalidade violenta. Se for verdade, isto provavelmente significa que os criminosos eram as mesmas pessoas que estão agora a meditar.




A cultura científica não é hoje um dado adquirido. Por um lado a ciência é desvalorizada quando não interessa (aquecimento global, criacionismo), por outro a sua credibilidade é usurpada como arma de arremesso para vender curas e mezinhas que de científico não têm nada.

[Actualização 9/5/09: post sobre as charlatanices da saúde quântica e linguagem pseudocientífica envolvida por Carlos Oliveira no blog de astronomia astropt]

sábado, 18 de abril de 2009

HUMOR: Lisandro quântico

(Um texto meu do Inimigo Público, a proposito de um "caso". Com algum atraso em relação a Rui Santos, aqui fica)

Yebda é simultaneamente uma onda e uma partícula, braço actuou por efeito de túnel, e o tempo passou mais devagar para o árbitro


As razões para que o braço de Yebda tenha causado a queda de Lisandro não se explicam à luz da física clássica de Newton. É necessário recorrer à teoria da relatividade para explicar como o árbitro viu este lance e à física quântica para perceber a interacção do braço de Yebda com Lisandro.

Segundo a física clássica, o braço de Yebda é uma coisa sólida que quando choca com Lisandro pode eventualmente fazê-lo cair.

Segundo a física quântica o braço de Yebda pode ser descrito como uma onda e Lisandro como uma barreira de potencial. O braço de Yebda pode passar para o outro lado de Lisandro, mesmo que não tenha energia para o atravessar. Não há propriamente um choque mecânico, que possa provocar a queda de Lisandro.

Mais física quântica Física quântica: há incerteza quanto à posição e velocidade de Lisandro
Ou se sabe onde está ou para onde vai. Nem sequer podemos garantir que tenha passado a uma braçada de Yebda.

E agora uma pitada de Teoria da Relatividade: Lisandro descolava-se à velocidade da Luz e o árbitro estava parado
Para o árbitro passaram três anos desde o início da queda de Lisandro e não se lembrava bem do início.
David Marçal

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Pipocas com telemovel? Só em take away!

Uma reportagem da Antena 1, acerca do Ciência em Família: Descobre as Mentiras, no Museu da Ciência de Coimbra em que participei no dia 5 de Abril. Junto algumas fotografias de Joana LA.








terça-feira, 7 de abril de 2009

Cientistas precisam-se... para fazer teatro!


Convite à participação dos cientistas

Cientistas ao Palco

Noite dos investigadores 2009


Este ano, em Portugal, os cientistas são chamados ao palco para celebrar a «Noite dos Investigadores» de uma forma especial e diferente: através do teatro!

Assim, é com grande entusiasmo que as entidades parceiras da «Noite dos Investigadores 2009» convidam os cientistas a participar nesta ousada experiência, proporcionando através da arte dramática uma diferente visão e forma de expressão de si mesmos e do seu trabalho, e de comunicar com o público. (ver abaixo convite para workshop)

A Noite dos Investigadores é uma iniciativa europeia que se realiza desde 2005 em várias cidades dos Estados Membros da EU e que pretende aproximar o público da Ciência em geral e dos cientistas em particular. Pretende-se envolver os investigadores na construção de uma nova imagem dos cientistas, mais real e humanizada, descolando-os dos estereótipos da ficção e aproximando-os dos cidadãos.

Em 2009, a Noite acontece no dia 25 de Setembro, envolvendo várias cidades europeias. Em Portugal, a Noite celebra-se através do teatro, num projecto que reúne em parceria centros de investigação, uma PME, um museu de ciência e vários grupos de teatro e que ocorre em simultâneo em várias cidades do país.

Na capital, a Noite será celebrada levando os cientistas a múltiplos palcos, por via do teatro-forum, da stand-up comedy e do teatro do movimento – e já que também se celebra Darwin e Galileu, montaremos os palcos entre o verde e sob as estrelas, nos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian.

No Porto, os cientistas estarão no palco e na audiência, envolvidos em diferentes peças desvendando Darwin, Galileo os desafios que os cientistas enfrentam ao longo da sua carreira.

Em Coimbra, a comédia levará o público a Darwin e aos cientistas de hoje. Uma peça de teatro sobre Julio Verne será ainda o ponto de partida para a interacção entre conhecimento científico e sociedade.

Em Faro, a interacção entre cientistas e o público focará a vida e as descobertas de Darwin, através de peças destinadas a crianças e adultos.

Workshop ‘Cientistas ao Palco’

Em Lisboa, começamos já a preparar o grande dia.

Serão usadas três abordagens ao teatro e para que todos as conheçam e possam escolher com quais pretendem trabalhar disponibilizamos o Workshop ‘Cientistas ao Palco’, que se realizará nos próximos fins-de-semana de 18-19 e 25-26 de Abril (programa e ficha de inscrição em anexo).

O Workshop será o ponto de partida para uma série de ensaios que decorrerão a partir de Maio, e culminarão com os espectáculos do grande dia, 25 de Setembro.

Para mais informações visite o blog http://blogs.publico.pt/cientistasaopalco/ ou envie-nos um e-mail para cientistasaopalco@gmail.com.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

HUMOR: Porque é que o preservativo é ineficaz no combate à SIDA?

(Um texto meu, do último Inimigo Público)

O painel de conselheiros cultos do Inimigo Público, que também aconselha o Papa, explica que o embuste do preservativo não passa uma análise atenta à luz da ciência.

Principio de incerteza de Heisenberg
Os vírus são simultaneamente uma onda e uma partícula e há um limite de precisão para determinar a sua velocidade e posição. Ou seja, nunca sabemos muito bem onde estão, ou se sabemos não sabemos para onde vão. Nesta condições, quem garante que os vírus não contornam o preservativo e voltam para trás pelo lado exterior?

Selecção Natural
Os preservativos estão simplesmente a exercer uma pressão evolutiva sobre a população de vírus. Ou seja, estão a seleccionar a descendência dos vírus com uma pequena mutação que lhe permita atravessar o preservativo. É como o desenvolvimento da resistência a antibióticos.

2ª Lei da Termodinâmica
É entropicamente mais favorável ter os vírus espalhados por locais indeterminados, do que confinados dentro de um preservativo. A tendência espontânea dos vírus é encontrarem-se num estado desorganizado. É um pouco como a sua roupa interior usada, para a qual existem muito mais maneiras de estar espalhada pela casa do que arrumada dentro do cesto da roupa suja.

Teoria do caos
Alterações muito pequenas no momento em que se compra o preservativo podem ter consequências radicalmente diferentes no futuro. Mesmo ficando eventualmente a salvo do HIV, poderá provocar um tornado de proporções gigantescas ou um acidente em cadeia envolvendo centenas de camiões cisterna.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Inimigo Público vai aderir ao HTML e ao Java-escrito

Como o objectivo de estar em "on-line" e também nas "redes sociais" o Inimigo vai aderir à plataforma HTML e ao sistema de Email. Entende o Inimigo que a Internet será importante daqui a uns anos, e estamos já a posicionar-nos à frente. Contratámos uma equipa de consultores ucranianos em part-time, com o objectivo de configurar a plataforma HTML e também a plataforma "de java-escrito" para catapultar o Inimigo directamente para o século XX. De resto, asseguramos aos nossos leitores que iremos continuar a trabalhar normalmente, e que o HTML e o java-escrito não irão afectar o modo como as notícias do Inimigo chegam até si.

Novo site do Inimigo

terça-feira, 24 de março de 2009

HUMOR: Doutoramentos na hora têm só capa e agradecimentos

(Um texto meu do Inimigo Público, a propósito disto: Portugal vai a Espanha doutorar professores)

Doutoramentos na hora têm só capa e agradecimentos

A necessidade de cumprir quotas de 50% de professores doutorados está a promover o Doutoramento na Hora nalgumas universidades e politécnicos, que firmam sinergias com instituições espanholas. Estes acordos baseiam-se na circulação de divisa de Portugal para Espanha, e de graus de doutor de Espanha para Portugal. O Inimigo publica aqui uma tese, para preencher, na íntegra.

Título: (escreva aqui um título, por exemplo os três primeiros itens da sua lista de supermercado).

Nome: (é o seu próprio nome, tal como aparece no BI ou cartão do cidadão, que é a mesma coisa)

Faculdade de (ponha aqui a sua área mais ou menos) da Universidade de Lloret del Mar, Isla Canela, Benidorm (riscar o que não interessa).

Data: (ponha a data de hoje, por exemplo, se não for fim de semana)

Agradecimentos: (exemplo: agradeço ao meu cão, fulano e sicrano, tal e tal, e acima de tudo à faculdade onde dou aulas e aos amigos que lá tenho. Obrigados).

quarta-feira, 11 de março de 2009

Os conselhos sexuais da Dra Tatiana para toda a bicharada

O tamanho dos testículos dos machos é uma medida da promiscuidade das fêmeas da espécie. O gorila tem testículos pequeninos porque é muito pouco provável que uma fêmea copule com mais do que um macho durante o período fértil. Já os chimpanzés têm testículos descomunais, porque as fêmeas são extremamente promíscuas (o recorde são 8 machos em 15 minutos). Havendo uma forte competição espermática (um chega para lá de espermatozóides de machos diferentes a tentar fecundar o mesmo óvulo), a quantidade conta muito.

Quem quiser ter uma medida da promiscuidade das mulheres, pode procura-la nos testículos. Não deixa de ser irónico que uma característica culturalmente associada a uma afirmação patriarcal, seja uma medida da promiscuidade das mulheres. Frases como "na minha terra temos todos os testículos bem grandes" vão no sentido de que "na minha terra, sucessivas gerações de mulheres costumavam copular com vários homens no mesmo período fértil, cujos espermatozóides competiam por um único óvulo, tendo-se por selecção natural preservado a descendência daqueles que mais espermatozóides produziam".

Isto a propósito da excelente conferência da Olivia Judson hoje na Gulbenkien.


Uma notável comunicadora de ciência, autora do livro "Consultório Sexual da Dra. Tatiana para toda a Criação", que deu origem a uma versão televisa. Um excerto no âmbito do assunto supracitado:



Mas da conferência fica-me essencialmente uma ideia: de que o mundo vivo, mais precisamente os organismos minúsculos, podem estar na origem da diversidade mineral que encontramos na Terra. Em geral tendemos a considerar que a geologia produziu um planeta ao qual se adaptaram os organismos vivos. No entanto, surgem cada vez mais evidências da enorme influência da acção dos microorganismos a moldar o planeta em que vivemos.

sexta-feira, 6 de março de 2009

catedrático que plagia los textos y que acosa sexualmente a profesoras.

Tomei conhecimento de um site sobre corrupção universitária em Espanha. Nós cá não temos nada disso, pelo menos não temos site!

http://www.corruptio.com/


Imagem com o título "La arrogancia de la corrupción" daqui. (As melhores legendas em espanhol sempre na Holla! e no seu blog favorito).

Ainda não analisei com detalhe, mas há temas relacionados com irregularidades em concursos para lugares de docência, abusos de poder, endogamia, plágios e até mesmo um caso inacreditável que passo a transcrever:

Universidad de Murcia: La Plataforma ha aclarado lo sucedido en Murcia con un catedrático que plagia los textos de otros y que, además, supuestamente acosa sexualmente a profesoras.

Não faço ideia se é verdade, mas não é bonito. E claro que esta abordagem voyarista de alegada corrupção não será necessariamente meritória. Mas creio que as questões da transparência dos concursos (uma recomendação da Carta Europeia do Investigador), da endogmia (demonstrado que afecta negativamente a produtividade científica) e do plágio (tabu?) não devem ser metidas para debaixo do tapete.

O problema de fundo creio que é a responsabilização. Nem me choca que um líder de grupo possa escolher livremente as pessoas com quem trabalha, sem necessitar de concursos-fantochada. Desde que seja responsabilizado pelos resultados, recompensado ou castigado. Se as universidades dependerem mais da qualidade da investigação para se financiarem (da capacidade dos seus investigadores para ganharem financiamento) talvez prefiram trabalhar com os melhores, mesmo que estes não sejam os amigos.

E talvez não devessem existir tantas posições permanentes. Como é possível responsabilizar alguém que nunca vai perder o emprego? Defendo posições temporárias nas universidades e institutos, e que ao fim de 3 a 10 anos as pessoas voltem ao mercado e as universidades tenham a oportunidade de se renovar. Naturalmente com mecanismos de protecção social adequados, para que esta mobilidade ocorra de modo sustentado e sem situações dramáticas.

Nesse aspecto vão sem dúvida na boa direcção as posições dos Laboratórios Associados e Ciencias 07/08. Vão? Pergunto, foram oportunidades ganhas ou perdidas? As instituições aproveitaram para contratar pessoas pela sua qualidade e mérito? Os concursos foram justos? Não sei. Mas acho que deveria ser avaliado.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Homo digitalis 140 crts


140 caracteres é o conteúdo mais longo que o cérebro do Homo digitalis consegue apreender?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Expulsão de cérebros

Citação de João Sentieiro, Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia: "os bolseiros tem de se mentalizar que têm de ir lá para fora e isso não é mau para o País". Clique para ampliar a imagem.

Decorre amanhã, dia 3 de Março, uma Conferência Parlamentar sobre Ciência, promovida pela Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, presidida pelo deputado António José Seguro, na qual infelizmente não poderei participar por motivos de força previamente agendados. Passo a enumerar os painéis e respectivos participantes (entre os quais o supracitado):
Painel 1: A Ciência em Portugal: realidade e perspectivas
João Sentieiro (Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia), Lino Fernandes (Presidente da Agência de Inovação) e Ana Noronha (Directora Executiva do Ciência Viva).

Painel 2: A Ciência em Portugal: da produção à divulgação
Luís Portela (Presidente da BIAL), António Coutinho (Director do Instituto Gulbenkian de Ciência) e Vasco Trigo (Jornalista da RTP/Programa 2010)

Painel 3: A Ciência em Portugal: a rede pública de unidades de investigação
Alexandre Quintanilha (Secretário do Conselho dos Laboratórios Associados), Jorge Braga de Macedo (Presidente do Instituto de Investigação Científica Tropical/Universidade Nova de Lisboa) e Armando Cerezo Granadeiro Vicente (Director do Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos)

Painel 4: A Ciência em Portugal: a dimensão internacional
Luís Magalhães (Presidente do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia), Pedro Russo (Responsável da UNESCO pelo Ano Internacional da Astronomia) e Ricardo Serrão Santos (Director do Departamento de Oceanografia e Pescas da Univ. dos Açores)
O debate sobre as questões de ciência é importante e a percepção pública e política da importância da ciência também. Mas sendo o debate na Assembleia da República tenho pena que estejam fora da agenda temas que deveriam ser discutidos, votados e alterados pelos deputados, nomeadamente as condições com que muito investigadores se deparam em Portugal.

Mais conversa menos conversa, os cientistas continuam em saldos. Há investigadores que continuam a ganhar 745 euros, os montantes das bolsas não são actualizados desde 2002 (perda de 18% do poder de compra) e não têm direito ao regime geral de Segurança Social (aquele que os outros não querem).

Claro que isto não é bonito.

É interessante que o jovem investigador brilhante cujo braço peludo aparece na fotografia em cima seguiu o conselho do cartaz que segura. Quando acabou o doutoramento mentalizou-se que tinha que ir lá para fora, onde lhe foram oferecidas condições impensáveis em Portugal. Por muito bons que sejam o clima e a gastronomia, após meses sem bolsa (porque também não há subsidio de desemprego) achou que estava na altura de pagar o buraco no cartão de crédito.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Carlos Davin, o naturista português que é o verdadeiro autor da teoria da Evolução

(As extraordinárias coincidências biográficas de que o usurpador Charles Darwin tirou partido)

Carlos Davin nasceu (tal como Charles Darwin) a 12 de Fevereiro de 1809 no seio de uma família burguesa na ilha Terceira (Darwin em Shrewsbury e foi o Quinto filho). Davin entrou na faculdade de medicina, curso que nunca acabou, tornando-se em vez disso Testemunha de Jeová (Darwin desistiu de medicina e estudou para se tornar membro da Igreja Anglicana).
Davin fez-se um naturista competente, passando a maior parte dos tempos livres nas praias desertas, procurando evitar os olhares mirones e um pouco de sol. (Darwin era naturalista e passava os seus tempos livres no campo, a observar a fauna e a flora e as sucessões de fósseis). Davin reuniu uma colecção espantosa de tampas de refrigerantes (Darwin de escaravelhos) que classificou de um modo apaixonado. Nas suas viagens naturistas Davin conhece a arriba fóssil da Costa da Caparica, que o influenciou profundamente. Era também um exímio caçador de linces ibéricos, que apreciava com limão, um pouco de alho e conquilhas da Ria Formosa, cujas cascas se dedica a observar. (Darwin conhece a fauna e a flora de Cabo Verde, Brasil, Terra do Fogo, Galápagos, Taiti, Nova Zelândia, Austrália). É a estudar as cabras do ilhéu das Cabras na Terceira, apenas com salsa e coentros, que Davin põe pela primeira vez em causa o principio da estabilidade das espécies, tomando nota na toalha de mesa de um tasco em Angra (Darwin passa pela Terceira exactamente na mesma altura e encontra a anotação feita por Davin. Estrategicamente escreve no seu diário que não encontrou nada digno de nota nas ilhas açorianas).
Davin metia sucessivas baixas por doença e vivia atormentado com complicações gástricas devido a excessos alimentares, que faziam parte do seu estudo das espécies comestíveis (Darwin era hipocondríaco e vivia atormentado pelas contradições da evolução das espécies com as suas crenças religiosas). Demorou cerca de 20 anos a escrever o "Transformismo da bicharada", sua obra maior, infelizmente escrita em dialecto de Rabo de Peixe (Darwin escreveu a Origem das Espécies, exclusivamente com base nos rascunhos da toalha de mesa de Davin, em inglês).

David Marçal
(do Inimigo Público de 12 de Fevereiro de 2009)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Darwin e a Tartaruga no Frágil

A festa de aniversário, ontem à noite, nas fotografia de Mário Rainha Campos:

O actor Romeu Costa, como jovem Charles Darwin.

E o bolo em forma de tartaruga gigante, aqui já com alguns problemas de hidrodinâmica.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O programa ideal para o dia dos namorados

Darwin era um homem extremamente romântico e apaixonado pela sua mulher, com quem teve 10 filhos, e dedicado à família. Também era apaixonado por uma série de tentilhões e dedicado às cracas.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Festa de anos do Darwin

Sei de fonte segura que vai haver bolo. Mais informação segura aqui.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Melhor bêbado conhecido que alcoólico anónimo


A endogamia nas universidades é definida como a existência de uma rede social que, independentemente do mérito dos candidatos, sistematicamente atribui posições aos amigos e conhecidos. Arcadi Navarro em 2001 fez um grande estrondo quando publicou na Nature um artigo em que colocava em números o fenómeno da contratação de docentes universitários com base em critérios de proximidade social em vez de mérito científico.

O critério usado por Navarro foi muito simples: comparou a morada do primeiro artigo publicado pelos docentes universitários com morada actual. No caso espanhol, em 95% dos casos era a mesma. Dito de outro modo, apenas 5% das vagas das faculdades são atribuídas a candidatos que vinham de fora. Nos Estados Unidos a situação é exactamente inversa, o número de candidatos externos a obter lugares nas faculdades é de 93%. No Reino Unido 83% e em França 50 %.

A endogamia tem um efeito claramente negativo na produtividade científica, segundo números da base de dados de publicações ISI Web of Knowledge, compilados por Arcadi Navarro. No Reino Unido, um país em que apenas dois em cada 10 elementos da faculdade são recrutados internamente, foram em 2005 produzidos 1463 artigos científicos por milhão de habitantes. E cada um deles, foi citado noutros artigos em média mais de três vezes, o que é uma medida da sua importância. No caso espanhol, em que 19 em cada 20 professores universitários são recrutados dentro da instituição, foram publicados 834 artigos por milhão de habitantes, citados 2,2 vezes cada. Portugal produziu 608 artigos por milhão de habitantes em 2005, citados em média menos de duas vezes.

Fonte: Observatório Nacional da Ciência e Ensino Superior
"Os Estados-Membros devem envidar esforços para tomar, sempre que necessário, as medidas cruciais para garantir que as entidades empregadoras ou financiadoras dos investigadores melhorem os métodos de recrutamento e os sistemas de avaliação/aferição profissional, a fim de criar um sistema mais transparente, aberto, equitativo e internacionalmente aceite de recrutamento e de progressão na carreira, como um requisito prévio para a criação de um verdadeiro mercado europeu de trabalho para os investigadores."

da Carta Europeia do Investigador
(Infografias do Público de 30 de Dezembro de 2006)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Igreja do Monstro de Esparguete Voador


Converti-me recentemente à Igreja do Monstro de Esparguete Voador e acredito firmemente que o mundo foi criado por um monstro voador feito de esparguete. Penso que é imperativo ensinar mais esta teoria de intelligent design, a par com todas as outras, para que cada um possa formar uma opinião crítica e informada acerca da origem do universo e das espécies, e isso.

Mais informação acerca do Esparguete-voador-monstrismo pode ser encontrada nesta brochura.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Stupid design


O meu texto do último Inimigo Público:

"Stupid design" é a nova corrente para explicar o mundo e a biodiversidade

Certas características do universo e do mundo vivo são melhor explicadas por uma causa estúpida, e não por um mecanismo indirecto como a selecção natural. O mundo é tão estúpido que tem que ter havido um Supremo Imbecil a desenhar as formas de vida e o mundo, é o que acreditam os adeptos do desenho estúpido. O Inimigo apresenta alguns exemplos que demonstram a existência do Supremo Imbecil:

- Os mamilos dos machos têm uma função ornamental. O Supremo Imbecil acha que os mamilos são uma espécie de galos de Barcelos para pôr em cima da televisão.

- 95% do DNA humano não contém genes e está lá só para dar um ar complicado à coisa. O Supremo Imbecil não esteve para se chatear muito.

- A utilidade do cromossoma Y, exclusivamente masculino, é permitir aos homens terem pêlos nas orelhas. O Supremo Imbecil achou que dava para fazer penteados giros.

- Os dentes do cachalotes, o maior mamífero com dentes, não servem para nada. O Supremo Imbecil pensou que iriam ter utilidade em anúncios a lula gigante enlatada, com cachalotes a sorrir.

- A cauda do espermatozóide da mosca da fruta é vinte vezes maior do que o seu próprio corpo e mil vezes maior do que a de um espermatozóide humano. O Supremo Imbecil trocou.

- As orelhas humanas não mexem. Apesar de terem musculatura são completamente inúteis para afugentar Drosophila melanogaster (vulgo, moscas de Sarah Pallin).

- A maioria das machos das aves não têm pénis e a maneira de copular é esfregando as aberturas genitais uma na outra. O Supremo Imbecil fez os pássaros ao mesmo tempo que as lésbicas, e pelo meio recebeu um telefonema.

- Um electrão é simultaneamente uma onda e uma partícula. O Supremo Imbecil não se conseguiu decidir.

David Marçal

sábado, 24 de janeiro de 2009

Alpinismo e homossexualidade

George Leigh Mallory foi um exímio e destemido alpinista. Herói da I Guerra Mundial, com uma enorme experiência de escalada nos Alpes e em Gales, fez parte da expedição britânica de reconhecimento do Everest em 1921 e destacou-se num dos primeiros ataques ao cume da montanha mais alta do mundo no ano seguinte. Quando morreu, em 1924 na face norte do Everest, era sem discussão o melhor alpinista britânico do seu tempo. Ninguém desceria para contar que subiu ao cume do Everest antes de 1953 (por altura em que se propunha a estrutura em dupla hélice do ADN).

A última fotografia de George Mallory e Sandy Irvine

Expedição de 1924

Em 1999 o corpo de George Mallory foi encontrado a cerca de 8300 metros de altitude. Os alpinistas que o descobriram ficaram pasmados. As roupas eram simplesmente um amontoado de camadas de roupa quotidiana (camisa!), o material de segurança praticamente inexistente, a corda não aguentaria uma verdadeira queda (na realidade não aguentou, foi encontrada partida) e as botas em absoluto ineficazes para progressão em glaciar. Em 1924 não se poderia recorrer a uma série de "ajudas" dos tempos de hoje, como cordas fixas e uma escada colocada no second step por uma expedição chinesa nos anos 60. As vias de ascensão não eram conhecidas e não se sabia se seria possível a um ser humano sobreviver, mesmo que por breves momentos, no cume do Everest. Os sistemas de oxigénio suplementar tinham tantas fugas e eram tão pesados que suscitava debate a sua real utilidade. Não tinham como se proteger do frio, o calçado era inadequado para progredir sobre o gelo ou neve dura, as cordas partiam e não sabiam por onde ir. Era necessária uma audácia e espírito de aventura inimagináveis.

Por qualquer medida que se tome, George Mallory era um expoente das características superlativas da masculinidade.

Não era só isso. Mallory era considerado um homem muito bonito e tinha um genuíno interesse pelas artes. Estudou em Cambridge, envolveu-se no ambiente do teatro, música e pintura, várias vezes pousou nu para o pintor Ducan Grant (homossexual assumido). Grant chegou mesmo a gabar-se de que Mallory terá sido seu amante. Não quer isto dizer, de modo algum, que tal seja verdade. De qualquer forma, o clima de Cambridge (e de Oxford) na primeira década do século XX era um ambiente muito tolerante à homossexualidade, com manifestações de amor assumidas entre homens.

Não há qualquer prova de que Mallory, mais tarde casado e com filhas, tenha tido alguma experiência homossexual. No entanto assumiu (numa carta enviada à sua mulher!) quando estava na Guerra o fascínio por um soldado extremamente bonito que havia encontrado nas trincheiras no dia anterior.

George Mallory

Há mesmo um biografo de Mallory que sugere que a escolha do inexperiente jovem Sandy Irvine (22 anos sem nenhuma época nos Alpes!) como seu companheiro de cordada na fatal tentativa ao cume do Everest em 1924 terá tido motivos românticos. Esta tese é facilmente desmontada, há várias razões circunstanciais e práticas que justificam a escolha (era um dos alpinistas mais frescos, mais fortes e o que melhor sabia utilizar e reparar o equipamento de oxigénio). De qualquer forma a hipótese é legitima dado o ambiente que se vivia em 1924 entre a elite de aventureiros britânicos.

Em breve os reclusos homossexuais vão poder receber visitas íntimas e coloca-se a hipótese do casamento entre pessoas do mesmo sexo na próxima legislatura. Temos tendência a pensar que o nosso tempo é a vanguarda social e política do ocidente. Mas dá-me ideia que o campo base do Everest ou a Universidade de Cambridge serão hoje ambientes menos tolerantes á homossexualidade do que em 1924.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Comissão Reguladora do Conselho Regulador da Entidade Reguladora da Comunicação Social?

Fiquei a saber que existe o Conselho Regulador da Entidade Reguladora da Comunicação Social. Mas quem regula o Conselho Regulador da Entidade Reguladora da Comunicação Social?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cientistas continuam em saldos

Na sequência do post anterior (a propósito da importância dos bolseiros na formação de uma das mais importantes empresas de base tecnológica em Portugal, a Ydreams) reproduzo aqui um texto de opinião que publiquei no Público há uns meses:
Sabia que há cientistas que ganham 745 euros? Que não têm direito a subsídio de desemprego, férias, Natal ou alimentação? Que não são aumentados há seis anos? Está naturalmente curioso de saber em que país, mas estou certo de que já adivinhou.

São os bolseiros de investigação científica! Uma designação infeliz para os jovens (e menos jovens) investigadores, pois classifica-os pelo tipo de regime contratual com que exercem funções, secundarizando a natureza da actividade (investigação). Faz tanto sentido como descrever um juiz como um "assalariado da justiça".

Os bolseiros podem-se distinguir segundo o tipo de bolsa que têm. Os BIC (bolsa de investigação científica) são licenciados e, independentemente da sua experiência ou competências, ganham 745 euros. Os BD (bolsa de doutoramento) têm em geral um excelente percurso académico e científico (não é fácil ganhar a bolsa!), são investigadores experientes e motivados, ganham 980 euros. O mesmo valor desde 2002, o que representa face à inflação acumulada uma perda de 18 por cento do poder de compra.

Pode-se argumentar que os bolseiros "estão em formação" e que "já é uma sorte estarem a ser pagos". Mas trata-se de adultos (uma licenciatura não se acaba antes dos 22-23 anos) com contas para pagar e legítimo direito à emancipação (ou um cientista tem que viver em casa dos pais?). E quanto à formação, creio que qualquer bom profissional está sempre em formação. Todas as carreiras têm fases e o doutoramento é apenas uma fase da carreira de um cientista.

Os bolseiros têm direito ao chamado "seguro social voluntário" - que é uma espécie de não sei o quê. Basicamente, a entidade que concede a bolsa paga contribuições para a Segurança Social, equivalentes ao salário mínimo. Este é o regime pelo qual estão abrangidas as pessoas que não têm rendimentos. Por que raio enfiaram os jovens investigadores aqui? Fazendo o Governo gala de integrar todas as classes profissionais no regime geral de Segurança Social, que coerência tem não incluir os bolseiros? Esta reivindicação tem sido sucessivamente negada pela tutela. Para que não haja dúvidas: os jovens investigadores querem ser integrados num regime de Segurança Social que outros grupos profissionais não querem porque acham que é mau!

Penso que é necessário criar a percepção social deste problema e da necessidade de evolução, começando pelos próprios investigadores e professores do quadro que trabalham com bolseiros e que beneficiam do seu trabalho, com quem publicam artigos e escrevem patentes. Creio que seria de todo justo e adequado que os cientistas e investigadores estabelecidos tomassem pública e politicamente o partido dos jovens investigadores. A alternativa é continuar o choradinho da fuga de cérebros. Não há fuga de cérebros. Há expulsão de cérebros. Se não fazem falta, isso é outra história. Mas sendo assim, digam.
Na altura decorria um processo de negociação com a tutela para a revisão do Estatuto do Bolseiro de Investigação Científica, que define as condições em que os bolseiros exercem a sua actividade. Depois de avanços a passo de caracol e recuos a galope, o Ministério da Ciência e Tecnologia mostrou-se finalmente interessado em falar com a associação que representa os bolseiros (ABIC) sobre a revisão do tal estatuto.

Já passaram quase quatro meses e nada mudou. Os cientistas continuam em saldos. Se calhar só depois do mundial de 2018?