sexta-feira, 6 de março de 2009

catedrático que plagia los textos y que acosa sexualmente a profesoras.

Tomei conhecimento de um site sobre corrupção universitária em Espanha. Nós cá não temos nada disso, pelo menos não temos site!

http://www.corruptio.com/


Imagem com o título "La arrogancia de la corrupción" daqui. (As melhores legendas em espanhol sempre na Holla! e no seu blog favorito).

Ainda não analisei com detalhe, mas há temas relacionados com irregularidades em concursos para lugares de docência, abusos de poder, endogamia, plágios e até mesmo um caso inacreditável que passo a transcrever:

Universidad de Murcia: La Plataforma ha aclarado lo sucedido en Murcia con un catedrático que plagia los textos de otros y que, además, supuestamente acosa sexualmente a profesoras.

Não faço ideia se é verdade, mas não é bonito. E claro que esta abordagem voyarista de alegada corrupção não será necessariamente meritória. Mas creio que as questões da transparência dos concursos (uma recomendação da Carta Europeia do Investigador), da endogmia (demonstrado que afecta negativamente a produtividade científica) e do plágio (tabu?) não devem ser metidas para debaixo do tapete.

O problema de fundo creio que é a responsabilização. Nem me choca que um líder de grupo possa escolher livremente as pessoas com quem trabalha, sem necessitar de concursos-fantochada. Desde que seja responsabilizado pelos resultados, recompensado ou castigado. Se as universidades dependerem mais da qualidade da investigação para se financiarem (da capacidade dos seus investigadores para ganharem financiamento) talvez prefiram trabalhar com os melhores, mesmo que estes não sejam os amigos.

E talvez não devessem existir tantas posições permanentes. Como é possível responsabilizar alguém que nunca vai perder o emprego? Defendo posições temporárias nas universidades e institutos, e que ao fim de 3 a 10 anos as pessoas voltem ao mercado e as universidades tenham a oportunidade de se renovar. Naturalmente com mecanismos de protecção social adequados, para que esta mobilidade ocorra de modo sustentado e sem situações dramáticas.

Nesse aspecto vão sem dúvida na boa direcção as posições dos Laboratórios Associados e Ciencias 07/08. Vão? Pergunto, foram oportunidades ganhas ou perdidas? As instituições aproveitaram para contratar pessoas pela sua qualidade e mérito? Os concursos foram justos? Não sei. Mas acho que deveria ser avaliado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Revejo-me nas tuas posicoes, David. Acho que a unica forma de evitar todos os problemas que levantas e (i) nao existirem lugares permanentes de *qualquer* especie, (ii) acoplar a cada lugar um criterio objectivo - leia-se quantificavel - da produtividade obrigatoria, que a nao ser cumprida leva *incondicionalmente* a cessacao do contracto [este criterio/quantidade pode ser exigente o suficiente para eliminar imediatamente quem nao e suficiente bom para o lugar]. (iii) Casos de plagio poderiam implicar *incondicionalmente* o impedimento a candidatura a qualquer lugar no futuro.
Nao continuar a fazer investigacao nao e o fim do mundo. O mundo e grande! Abre-se um restaurante, trabalha-se numa pequena loja, outra coisa que nao research. Mas claro que o problema e sempre o "mas eu quero research, porque nao hei-de fazer?", "tem de me dar oportunidade a mim tambem...", etc. Isto acoplado com eleicoes que os partidos querem ganhar, da um prato interessante com sobremesas destas que aqui descreves.
E simplista, eu sei, mas sao tres pontos que com mais ou menos formulacao tecnica podem ser parte de uma lei mais isenta. Claro que para ser isenta, precisa ser rigorosa, por forma a evitar contornares circunstanciais.
E aqui claro e que, na maior parte das vezes, acho que os que acusam e os que sao acusados nestas estorias sensacionalistas nao gostam, em geral, de leis muito rigorosas e precisas. No fim de contas: se tu plagiares, deverias pagar por isso; mas se eu plagiar, enfim, "nao foi bem um plagio...", "o que e afinal um plagio?..." Se tu tiveres um lugar permanente, isso faz-me pensar em endogamia, favoritismos, etc. Se eu tiver um, enfim "fui a concurso e tudo!", "havia juri", etc.
Anyway, e bom que estas coisas venham a discussao e avaliacao como propoes. Por a panela a ferver e sempre um bom *comeco*. Mas nao estou muito optimista que se consiga algo "in the real world"... ;-)