terça-feira, 16 de dezembro de 2008

2. Desporto e cerveja

Na véspera decidi que não iria fazer nada de especial. Afinal, o que faltaria que não tivesse sido feito ao fim de mais de quatro anos e que ainda conseguisse fazer no dia que faltava? Pelo menos uma coisa: o teste de som e vídeo. Pouco depois do almoço fui ao ITQB e experimentei a minha apresentação no projector do auditório. Descobri que iria usar um headset, semelhante aos que usam os bailarinos da Madonna, como microfone. Gostei!

Ao fim da tarde fui escalar para uma parede artificial, no Complexo Desportivo do Jamor, que não por acaso fica ao pé da minha casa. Combinei com os meus grandes amigos Tiago e Mário, companheiros de outras aventuras menos caseiras, nomeadamente pelas encostas do Monte Branco acima e abaixo. Primeira surpresa, os projectores que iluminam a parede estavam apagados. Tudo bem, escalamos com a luz dos frontais, pequenas lanternas que se prendem à cabeça, ao estilo mineiro.

Jantar frango assado take-away, cervejas e muitas momentos revividos com gargalhadas e brindes. É neste momento que desligo o telemóvel para só voltar a ligar depois da defesa da tese.

Durmo bem e no dia seguinte levanto-me para ir buscar a minha camisa ao sinc-à-sec. É a única peça de roupa mais formal, já que defendi a tese de calças de ganga. Afinal não é nenhum casamento e se fosse eu provavelmente não ia. Prefiro estar vestido de um modo que me sinta confortável do que mascarado. O melhor compromisso que arranjei foram as calças de ganga e a camisa direitinha.

Camisa em casa, pego na raquete e vou para a parede bate-bolas. Fico a bater bolas contra a parede durante mais de uma hora, olhando para o relógio de vez em quando. Almoço na esplanada junto ao campo central do Estádio Nacional, ainda em calções e com a raquete na cadeira do lado. Quem me viu não imaginou que iria defender a minha tese de doutoramento em bioquímica estrutural dentro de menos de duas horas.

10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3

2 comentários:

D. Ester disse...

é fácil identificar o novo doutor: é o que tem o sorriso mais rasgado e iluminado da fotografia. Parabéns!

Anónimo disse...

Fonix, depois de quatro anos um gajo nao aproveita a oportunidade para se mascarar a frente dos mascarados. Que teimosia Herr Doktor! Cuecas e meias mudaste depois do tenis... ou nao??