É uma longa contagem decrescente que se aproxima agora do lançamento.
Não sei exactamente quando começou, vou escolher começar a contar desde que me resolvi despedir da empresa farmacêutica onde trabalhava para fazer um doutoramento. Troquei o subsídio de Natal, de férias, o bónus anual, o contrato sem termo certo e a respeitabilidade social de ter um emprego pelo conceito bem mais difuso de "fazer investigação" e "ter uma bolsa".
Não era que não precisasse de ganhar dinheiro para pagar as minhas contas todos os meses. Mas como infelizmente não acredito na reencarnação tenho que tentar fazer as coisas que quero nesta vida.
Filosofias à parte, simplesmente decidi arriscar e encontrei-me no final de Julho de 2002 desempregado. E optimista. Tal como em muitas ocasiões na vida, e ainda com os bolsos cheios dos subsídios de Natal e de férias, não antecipei a verdadeira dimensão dos obstáculos que estavam à minha frente. E ainda bem. Considero que a capacidade de subestimar as dificuldades é uma qualidade que tenho.
Em Setembro estava de volta ao Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), em Oeiras, onde três anos antes tinha feito o meu estágio de licenciatura, no grupo de Cristalografia de Raio-X de proteínas. A mudança foi agradável. Deixei a fábrica com as tubagens de solventes inflamáveis que me passavam por cima da cabeça para um laboratório com vista para as vinhas da Estação Agronómica Nacional, que produzem as uvas com que se faz o excelente vinho de Carcavelos.
Comecei por me integrar num projecto em curso, com uma bolsa de investigação científica. Com esse trabalho e o que tinha feito no estágio de licenciatura na mesma área, fiquei com dois artigos científicos publicados, o que permitiu reforçar o meu currículo e melhorar as possibilidades de ganhar uma bolsa de doutoramento. Mesmo assim não ganhei. O meu trabalho de investigação na industria, protegido pelo segredo industrial e que não dá origem a publicações, não foi valorizado. Foi um daqueles momentos em que parecia que a vida me queria castigar por ter arriscado. Mas afinal só me queria dar um aviso. Pedi recurso da decisão e três meses depois acabou por me ser concedida a bolsa.
E foi assim que começou.
Não sei exactamente quando começou, vou escolher começar a contar desde que me resolvi despedir da empresa farmacêutica onde trabalhava para fazer um doutoramento. Troquei o subsídio de Natal, de férias, o bónus anual, o contrato sem termo certo e a respeitabilidade social de ter um emprego pelo conceito bem mais difuso de "fazer investigação" e "ter uma bolsa".
Não era que não precisasse de ganhar dinheiro para pagar as minhas contas todos os meses. Mas como infelizmente não acredito na reencarnação tenho que tentar fazer as coisas que quero nesta vida.
Filosofias à parte, simplesmente decidi arriscar e encontrei-me no final de Julho de 2002 desempregado. E optimista. Tal como em muitas ocasiões na vida, e ainda com os bolsos cheios dos subsídios de Natal e de férias, não antecipei a verdadeira dimensão dos obstáculos que estavam à minha frente. E ainda bem. Considero que a capacidade de subestimar as dificuldades é uma qualidade que tenho.
Em Setembro estava de volta ao Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), em Oeiras, onde três anos antes tinha feito o meu estágio de licenciatura, no grupo de Cristalografia de Raio-X de proteínas. A mudança foi agradável. Deixei a fábrica com as tubagens de solventes inflamáveis que me passavam por cima da cabeça para um laboratório com vista para as vinhas da Estação Agronómica Nacional, que produzem as uvas com que se faz o excelente vinho de Carcavelos.
Comecei por me integrar num projecto em curso, com uma bolsa de investigação científica. Com esse trabalho e o que tinha feito no estágio de licenciatura na mesma área, fiquei com dois artigos científicos publicados, o que permitiu reforçar o meu currículo e melhorar as possibilidades de ganhar uma bolsa de doutoramento. Mesmo assim não ganhei. O meu trabalho de investigação na industria, protegido pelo segredo industrial e que não dá origem a publicações, não foi valorizado. Foi um daqueles momentos em que parecia que a vida me queria castigar por ter arriscado. Mas afinal só me queria dar um aviso. Pedi recurso da decisão e três meses depois acabou por me ser concedida a bolsa.
E foi assim que começou.
Sem comentários:
Enviar um comentário