quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Para que serve um bolseiro?

António Câmara, CEO da Ydreams, à margem da III Conferência de Emprego Científico:


4 comentários:

Alvaro_C disse...

Pelo que sei o nível de utilização pelas empresas das bolsas de Doutoramento em ambiente empresarial da AdI/FCT não tem sido grande coisa... talvez porque para isso as empresas têm de ter um bom programa de Doutoramento a funcionar, um bom centro de I&D e contactos bem oleados com as Universidades... Infelizmente poucas têm...
Como utilizador intensivo dessas bolsas posso dizer que os resultados têm sido magníficos...

David Marçal disse...

Pois... são mundos de costas voltadas. Muitas pessoas que estão nas faculdades nunca de lá de saíram e vivem uma existência de fidalgo da torre, ao bom estilo Ilustre Casa de Ramirez, do Eça. E as empresas desconfiam que os doutorados são "cavalinhos de alta escola". E, claro, há a questão da dimensão das empresas em Portugal.

No caso do GASA (Gabinete de Análise de Sistemas Ambientais) era investigação num ambiente exclusivamente académico (em realidade virtual e sistemas de informação geográfica), que deu origem depois a empresas, nomeadamente a Ydreams.

Nos doutoramentos em empresa preocupa-me a questão da conciliação dos interesses, potêncialmente divergentes entre os objectivos da empresa e do doutorando. Não há problemas em relação ao que é publicamente disponibilizado ou não, por exemplo?

Alvaro_C disse...

... com cuidado e bom senso conseguem conciliar-se as coisas. Mas há riscos, claro. Agora, as oportunidades podem compensar largamente os riscos. Correndo tudo razoavelmente bem a tese final tem outro valor, outro fôlego, sobretudo quando surgem algumas patentes... As patentes e as publicações são conciliáveis, com as devidas cautelas em relação aos timings... Enfim, tudo depende da qualidade da co-supervisão do orientador Universitário (garante da qualidade científica) e do supervisor na empresa (garante da aplicabilidade e interesse dos resultados)...
Ao fim dos 3 anos a empresa fica com recursos disponíveis, já completamente preparados para trabalho de I&D autónomo. Os investigadores são integrados nas equipas de I e de D, alguns serão os futuros lideres dessas equipas, outros ganharão tamanha bagagem que ao fim de algum tempo serão os mais bem preparados futuros Profs Universitários/Investigadores deste Pais, os primeiros com uma verdadeira visão horizontal indústria-academia... E serão eles os que podem finalmente virar a página nesta triste história de endogamia e estreiteza de vistas em que vive a academia. Amen.

Anónimo disse...

A questao das criticas a dinossauralidade da academia portuguesa e as fracas condicoes dadas aos bolseiros sao sem duvida pertinentes.
Fica depois uma questao adicional: se os bolseiros usando essas mas condicoes (apesar de tudo dinheiro dos contribuintes) contribuem para a constituicao de empresas privadas, tem as empresas privadas o cuidado na reversao correspondente dos lucros. Nessa parte o empresario da entrevista nao foi muito elucidativo. Como e a situacao actual dos ex-bolseiros pobres do estado portugue que estao agora na empresa, como e dito na entrevista??