"Um analisador scanner e dois eléctrodos fazem o varrimento eléctrico intersticial. O nome é complicado, mas só graças a este sistema se pode fazer uma análise pormenorizada ao organismo. A medição é feita em apenas três minutos."
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Um pequeno desequilíbrio pode evoluir para um grave problema de saúde como um tumor, a diabetes ou uma esclerose. Somos o que comemos e é partindo dessa premissa que quando falham os nutrientes o organismo perde a capacidade de reagir.
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A física quântica aplicada à saúde é cada vez mais uma realidade em Portugal. Sinal dos tempos de uma sociedade cada vez mais stressante, mas também de uma nova forma de procurar o bem-estar do organismo."
É difícil encontrar algo que não seja um disparate. E nada disto tem a ver com física quântica. A física quântica tem a ver com níveis de energia dos electrões no átomo, incerteza na posição e velocidade de uma partícula, como de algum modo as partículas também se comportam como ondas. A alimentação tem a ver com a física quântica na medida em que os alimentos são feitos de átomos com electrões que se distribuem por vários níveis de energia. Ou que a origem da energia dos açúcares produzidos pelas plantas é um fotão que excita um electrão num átomo de magnésio de uma molécula de clorofila. Mas isto é tão útil em termos de nutrição como dizer que a física quântica se aplica à construção de barragens.
Um exemplo interessante é o dos transístores. Os transístores, cujo funcionamento é explicado pela física quântica, estão espalhados por todo o género de geringonças, inclusive nas máquinas de lavar. Faria algum sentido dizer que cada vez mais portugueses recorrem à física quântica para lavar melhor a roupa? Algo anedótico, na medida em que os portugueses na realidade o que usam para lavar a roupa é água e detergente.
A ideia da física quântica como uma coisa fixe para vender a banha da cobra não foi descoberta por estas reportagem (aliás secundada por outras).